Sexualidade
e o tempo
O termo sexualidade surgiu no século XIX e não está ligada
somente a órgãos sexuais, mas sim a cultura, a educação, a religião, a
personalidade e circunstâncias humanas.
Porém a sexualidade sempre esteve presente na história da
humanidade, Adão e Eva tiveram a missão de povoar a terra segundo a tradição
cristã, e com o passar dos séculos o sexo teve mais funções além da procriação.
Na fase Arcaica da Grécia Antiga, os homens já tinham suas
esposas, amantes e até jovens acompanhantes durante as guerras, relações
ligadas a amizade, lealdade e fidelidade. Os romanos tinham orgias como algo
cotidiano transfigurando as leis e costumes gregos.
Em diversas partes do mundo era costume andar nu ou seminu,
o sexo era instintivo. As alojações eram imundas e a visão de higiene da época
pode causar nojo aos dias atuais, as mulheres não podiam se lavar antes do ato
sexual pois o cheiro da pele era algo erótico.
A partir do século XVI a Igreja Católica impôs costumes a
população, agora se andava vestido, e muito bem vestido por sinal, ao ponto de
qualquer pele do pescoço ou tornozelo causar impulsos sexuais. O corpo era
pecado, a sexualidade deveria ser controlada ensinava a Igreja.
O sexo seria um fruto do casamento, esse que agora era usado
com diversas funções, a princípio unir famílias ou reinos. Com o propósito de
repassar a herança aos descendentes, a mulher passou a ser vista quando filha
como um meio de união de riquezas após o casamento, com os dotes ou acordos, e
quando esposa seria um objeto de exposição e genitora.
No século XVIII surgiu o movimento artístico, filosófico e
político conhecido como romantismo, algo que mudou as relações interpessoais.
Como o casamento ainda era feito por acordos dos pais, os filho não tinham a
chance de escolher, nessa fase era rotina acontecer paixões impossíveis, um
grande exemplo foi a obra de Williams Shakespeare – Romeu e Julieta – que
retratou o romance de dois jovens cujo as famílias eram inimigas mas viveram
seu amor e tiveram um fim trágico, algo
muito comum a época.
Com o passar dos tempos o sexo ganhou diversas variações e
razões. O modelo de família começou a ser alterado pelo movimento feminista
(teve início durante a Revolução Francesa, mas ganhou força com seu reinício no
século XIX) que lutava pelos direito das mulheres ao voto, instrução e a obter
os mesmos direitos e gratificações que o homem. Durante a Revolução Industrial
e principalmente pela Segunda Guerra Mundial, a mulher começou a ocupar áreas
antes intituladas como masculinas. E em 1960 quando a pílula anticoncepcional
chegou ao mercado uma nova fase começou. O sexo que era visto principalmente como
forma de procriação para a mulher, agora elas tinham a opção de usufruir disto
apenas para o prazer, tomando o rumo da vida e do próprio corpo.
Hoje temos o sexo como algo tão comum que às vezes coisas
simples passam despercebidas, a cinquenta anos atrás era totalmente
inapropriado cometer o ato sexual antes do casamento por exemplo, já atualmente
essa situação é aceitável.
A homossexualidade (homo: do grego “igual”) como a própria
sexualidade sempre existiu em todas as espécies, o amor entre iguais era tão
comum que nem o próprio termo existia, o que só veio a ocorrer em 1869. A cerca
de 10 mil anos atrás as tribos das ilhas de Nova Guiné, Fiji e Salomão, no
oceano Pacífico já exercitavam algumas formas de homossexualidade em rituais
sagrados, e assim continuou a acontecer em todo o planeta até o cristianismo,
quando a Igreja impôs o modelo de família que seria composto por um homem, uma
mulher e filhos.
Após muitas lutas e algumas vitórias dos grupos LGBTS alguns
países começaram a permitir o casamento homossexual e essa discussão está bem
presente. Famílias conservadoras começam a ampliar seus horizontes e a
sociedade a aceitar, estudar e lutar contra o preconceito que é gerado. É claro
que há muito a se fazer, mas o primeiro passo foi dado e caminhamos a um futuro
onde o amor seja mais importante que suas formas de manifestações.