Na primeira noite eles se aproximam e colhem uma flor do nosso jardim. E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem. Pisam nas flores, matam nosso cão, e não dizemos nada.
Até que um dia o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua e, conhecendo o nosso medo, arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dizemos nada?
Já não podemos dizer nada.
Bertold Brechet
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